sábado, 27 de agosto de 2011

Curta

... Curta
Sua vida curta
Jogue seu relógio fora
Ande pra frente
às vezes olhe pra traz
Lembra: o tempo nunca para
Viva a vida, nunca acaba
Num instante atraz
Mas nossa vista é
Curta...



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Meu AnJú Mais Velho


Sou grato demais ao tempo

Passando rápido ou lento

Me trouxe a família que tenho

E eles não vêm de onde venho


Um deles me veio há 10 anos

Inventamos juntos mil planos

Fomos “rock n’ roll”, sem engano

Às vezes “metal” Juliano...


Difícil dizer num soneto (?)

De um cara que nunca me esqueço

Da amizade que não tem preço


Moleque ele é, mas é sério

Com cabo P2, mono ou estéreo

Ele é o meu AnJú Mais Velho



quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Curinga ao Luar























Tantas palavras pra escolher

Nunca foi tão difícil assim

Com ou sem rima?

Sei lá!

Com travesseiro,

Romã eu também sei rimar

Roma ao contrário

No seu baralho

Eu sou o curinga sentado na lua


Quero roubar um sorriso

Pra devolvê-lo e roubá-lo sempre

Sempre eu quero voltar

Eternamente eu retorno

Pra te encontrar...


Roma ao contrário

Criptografado

Sou o curinga em seu olhar





domingo, 14 de agosto de 2011

O Navegante num Oasis

O tema de hoje em todo lugar é o dia dos pais.

Vou então surfar nessa onda e falar no meu pai:

Passei a maior parte de minha vida longe dele, e ouvi muitas vozes acusando-o de ser um mau caráter... Raras vezes acreditei nisso... Nunca deixei de amá-lo. Qual foi seu erro? Poucos o entenderam... Mas eu sim!

Meu pai não é um cara comum, “fabricado” pelas “idéias de rebanho”, tem cabeça própria, e sonha vôos sempre altos... Sempre me envaideci ao ouvir: “você é um sonhador como seu pai!” Isso me era apontado como um defeito, mas pra mim, era sempre um orgulho!

Sonho sim... Transformo sonho em poesia, em musica, em realidade, como ele...

Meu pai é poeta, é musico, joga bola, questiona a vida, e o mundo... E eu também... Ele era muito jovem quando se tornou meu pai... E eu também. Assim eu sonhei e quis, assim aconteceu pra que eu fosse mais aiinda parecido com ele. Tento ser amigo do meu filho, como ele é de mim...

Se eu tivesse a oportunidade de voltar no tempo e aconselhar meu pai para que ele não nos deixasse, eu sinceramente não o faria... Sou feliz assim! Amo a minha vida, e tudo o que me trouxe até aqui. Quando os niilistas dizem que ele nos fez sofrer, prefiro não discutir, mas não concordo. Tudo se passou como deveria ser. Gosto de ser a pessoa que me tornei. E devo boa parte disso a ele.

Hoje pensei (sem pensar muito), em mandar para ele uma mensagem com a música (clichê) do Fábio Junior que diz no refrão do pai que foi “meu herói, meu bandido”. Não! Pra mim não dá! Essa idéia foi logo abandonada, pois o meu pai foi SÓ HERÓI...

Se alguém discordar, então assista qualquer filme de super-herói, e poderá concluir que os heróis aparecem somente nas horas em que alguém realmente precisa. E comigo sempre foi assim...

Nos momentos mais difíceis da minha vida, ele estava lá! Guardo em especial o dia em que minha filhinha passou por cirurgia arriscada, logo depois de nascer, e ele passou aquela tarde angustiante comigo! Jamais o trocaria por nenhum engravatado ou dono de carros de luxo...

Ele é meu grande Ídolo, e sempre adorei ser comparado a ele. Até mesmo quando criança, ganhei por tabela o incômodo apelido de “Batatinha”, por ser fisicamente parecido com o “Batata”, a lenda viva da Vila Fraternidade. Até a mãe dele ganhou o apelido de “Dona Rama”, tamanha era a influência e respeito do “Batata” por aqui.

Sei que muitos ainda enxergam apenas os “erros” dele. Mas se houve algum erro, foi o de ser um navegador...

Mesmo sendo antes, um Oasis no deserto. Mesmo estando num local de conforto, com água e vegetação em meio ao nada, o navegador busca sempre o Mar. Precisa do Mar! Ele se atirou no deserto, e ninguém além dele é capaz de saber o que ele passou em busca do seu sonhado Mar. Ele tem o mais estranho dos nomes, e mesmo assim o transformou em poesia, em música...

É inspirado nessa idéia, que chamo o “Oasismar” de navegador. Oasis e Mar, são separados por um deserto. Assim ele de tempos em tempos, se atira ao deserto, pra encontrar a imensidão de um Mar onde possa com alegria navegar, mas sempre volta pra saciar sua sede no Oasis...

Te Amo Pai!

“Não peça perdão, a culpa não é sua! Estamos no mesmo barco... Sob a mesma lua... No mar, em Marte, em qualquer parte. Estaremos sempre sob a mesma lua... Ancora... Vela... Qual me leva? Qual me prende?” (Humberto Gessinger)



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Meus Quintais, meu Universo

“O que é que eu sou, de onde eu sou, pra onde eu vou”, pergunta a voz que um dia foi do Tonho Costa, no momento em que gravou a primeira música de CD “Universo Quintal”. Já não é mais o Tonho de agora falando... Entretanto, tenho como certo ao colocar o CD, que aquela voz se dirige (agora) a mim e aos que comigo ouvem a canção, que faz apenas um pedido: “licença, essa casa é de vocês, e eu vim pra cantar. Sem a sua permissão, não posso ficar...” Seja bem-vindo amigo! Tem minha benção...

Peço licença também agora aos que tiveram paciência de chegar até aqui (afinal, hoje em dia é difícil alguém ler pacientemente mais que 140 caracteres...) pra falar do meu universo e seus quintais...

Foi num quintal, da minha primeira casa que ouvia meu pai tocando a seu modo as canções do Raul Seixas... No quintal da vó Dalva, eu, meu irmão e primos, pulávamos ouvindo o som do toca discos do tio Milton, de onde ele gravou e me presenteou certa vez, com minha primeira fita K7 contendo seleções das músicas do Raul...

No quintal de casa, li pela primeira vez “O Pequeno Príncipe”, livro de um principezinho apaixonante e apaixonado, que mora em um planeta do tamanho de um quintal...

Tenho bem vivo na memória o dia em que minha mãe entrou no quintal de casa, onde eu e meu irmão, sem brigar, a esperávamos desde o início do dia... Ela realmente cumprira a promessa, e trouxe o nosso tão sonhado vídeo-game, como presente do dia das crianças e prêmio por nosso "bom" comportamento aquele mês.

Várias vezes o quintal de casa abrigou churrascos, aniversários, brincadeiras, longas conversas e até as orações das mulheres calejadas da própria fé, pois também “fui criado em ramo bom”...

No quintal de casa confidenciei a um amigo, que estava apaixonado pela guria que passava por ali de vez enquanto... Foi esse amigo, que me deu as dicas (na teoria é claro – hahahaha) para meu primeiro beijo. Me falou das diferenças entre um abraço despretencioso e um abraço de beijo... Obviamente menti pra ela antes, dizendo ser “experiente” no assunto...

Vieram outros primeiros beijos, sempre melhores. E era no quintal que pensava neles, e nas que naquele momento, eram protagonistas daquela suprema arte de se comunicar sem dizer palavra... “Aquilo eu senti, um sei lá o que...”. Essas sensações mágicas, que inspiram os poetas, e confere brilho e vida às cores do mundo, vão se esvaindo com o tempo... Vão se calejando, perdendo o sentido... Não só essa dos instantes, prazerosos e dolorosos (a um só tempo) que antecedem o primeiro beijo...

A sensação de ter um CD novo nas mãos, colocá-lo no aparelho, e do meu quintal ouvir histórias de um universo que se parece tanto com o meu, me garantiram a gostosa sensação de quem vê o mundo como poesia... O menino que “reza pro tempo parar” antes de apanhar, não é mais o Tonho, sou eu... A nostalgia pelo sabor das comidas simples, guardadas na lata cheia de gordura, sem os fantasmas nutricionais que nos assombram pelos meios de comunicação, torna-se minha... Um frangão caipira é tão mais saboroso que esses que vivem um mês e são servidos até com “creme-dental” por aí...

Nas andanças de Jesus temos a resposta muito bem pensada, pros incessantes serviços das "donas-de-casa" e a inesgotável fonte das pingas pros "pinguços"... Nem Santo Agostinho, nem Lutero, nem Leonardo Boff, só o nosso quintal como filósofo, que inspira a olhar com mais leveza e individualidade, aquelas nobres andanças...

Foi num quintal que começou um namoro que já me rendeu dois lindos filhos...

Eu poderia escrever um livro extenso falando de todos os meus quintais, e meu universo inteiro preso neles, mas quero falar de apenas mais um.

Os quintais do campus universitário onde estudo desde 2004 se tornaram parte de mim... Lá resgatei pelos quintais, através dos violões dos estudantes, as canções do Raul Seixas, que tinha ouvido no meu primeiro quintal... Lá fiz grandes amigos, que hoje são grandes irmãos... Lá, já vi por diversas vezes o pôr-do-sol, de maneira melancólica, mas também vi a lua, cheia da luz que vinha do sol, que eu pensava ter desaparecido de vez, mas estava sempre ali, de algum modo... Vi uma linda estrela cadente, e fiz um pedido... Sou mais feliz depois que a estrela, mesmo atrasada, concedeu minha vontade... Lá transformei texto acadêmico em poesia, transgredindo a história dos grandes... Devolvendo a história, entregue antes a nobres e pobres, a mim mesmo, ao meu quintal... Quando falo do passado, falo de mim... Da mesma maneira que quando ouço o Tonho, ouço a mim também...

As perguntas profundas do início, não precisam dos pensadores, gregos, alemães ou franceses, pois a resposta está logo ali: No nosso quintal... Nosso “Universo Quintal”.

Parabéns Tonho Costa! Terça-feira, 09, a explosão da bomba atômica de Nagasaki, fez aniversário de 66 anos, na Quarta-feira, 10, corri pra ter em mãos seu CD, que caiu como uma bomba, mexendo no meu “universo”, deixando um efeito radioativo de boa inspiração em mim... E Hoje, Quinta-feira, dia 11 de agosto, seu aniversário, tenho a oportunidade de dizer que esse texto acima, embora fale muito de mim, é uma simples homenagem a alguém que desde a dupla de Rock “Óculos Escuro” que fazia com meu pai, se tornou uma influência musical pra mim tão, ou mais especial, que os midiáticos Raul Seixas, a Legião Urbana, Engenheiros, Os Beatles, O Chico Buarque, entre outros... O meu Quintal bem o sabe... Tonho Costa é, no meu Universo, um dos maiores compositores da história...

É pouca hora... E “não sou formiga, sou tocador e a lira que me alforria, no mundo adentro, sertão afora...” Serás sempre bem vindo em minha casa... Se acaso não estiver aqui, é porque aprendi a voar, estarei então perto de onde habitas, afinal “quem tem asas, pra que casa?” Parabéns pelo seu vôo mestre Kaderbeck!!!


O CD do Tonho Costa, Homenageado aqui, está a venda no site Azakyi. Lá tem um "aperitivo" das canções no final da página...


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Verdade em Vertical



Malditos os relativistas
Escrotos, poétas e artístas
Negam a pura verdade
Tiram o real da cidade
Instigam o irracional
Refutam o bem e o mal
Amam o amor irreal


"Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada, quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor... Mentira"
(Chico Buarque)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vinte e Quatro Horas











Meus olhos escuros têm sede de luz

Tem seu descanso no sol

Teus olhos claros descansam na noite

Vivem na lua do céu


A noite eu encontro em seus olhos

A luz que me falta no céu

De dia os meus olhos sombrios

Ajudam-te a olhar para o sol


No meio de tudo

A gente se encontra

Nem dia, nem noite

O nascente e o poente do sol


Tu és meia-noite

Eu sou meio-dia

Ó Lua que brilha

Eu dou minha luz pra você



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Nonsense?

Novamente é bom...

Sem sentido, ou não?

Já beijei suas mãos

Janta por fazer

Imitei suas frases

Decidi dizer

Troquei minhas chaves

Adorei te ver

Ouvi vozes loucas

Abracei você...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cicatriz de um Caçador

Raramente confessei isso...

Vergonha talvez.

Medo do "ridículo"...

Poucos acreditam quando digo, mas sou essencialmente tímido.

Toda vez que eu saia de meu isolamento, conseguia arrancar sorrisos de algumas pessoas,

Ou por meu jeito desengonçado, ou por minha sutil inclinação à comédia...

Quando aprendi a ser ator, me senti mais forte,

Perdi o medo da indiferença ou da negação das pessoas a minhas piadas e sarcasmos...

Certa vez, tomei por missão ser um "Caçador de Sorrisos".

Belo ofício.

Às vezes, ganhava as mais gostosas risadas, daquelas que deixam os musculos faciais doloridos...

Como me encantam os sorrisos...

Alguns são mais próximos.

Outros passam em milésimos de segundos por nós na rua, no mercado, no ônibus...

Outros ficam por mais tempo, vão embora, se renovam...

Mas alguns ficam presos ao coração como uma cicatriz...

Não uma cicatriz "horrenda", como a imagem ligada a esta palavra...

Mas uma bela e harmônica cicatriz.

Traz uma gostosa e suave dor de saudade às vezes...

É bom! Fica ali dentro da gente como um monumento.

Mesmo sendo eu, um incorrigível venerador do Sol,

Diante de um sorriso, desarmo todas as minhas certezas e chego a por em dúvida:

O que é mais belo?

O sol com seu nascimento e descanso?

Ou aquele sorriso, que depois de ser estampado naquele rosto perfeito, foi impresso em brasa no meu acelerado coração?

Não sei amanhã, mas hoje, mesmo com todo o amor e devoção que tenho ao Sol e sua beleza,

Aacho que não há nada na natureza, mais belo que aquele sorriso!

Com sua licença, devo, ao menos desta vez, deixar aqui minha nota de agradecimento...