terça-feira, 30 de julho de 2013

Sete e Trinta

Sete meses de vida, trinta anos atrás
Sete meses todo ano, tem um dia a mais
Sete dias pra semana acontece ano inteiro
Dia trinta não existe só no mês de fevereiro

Sete e trinta e o alarme logo me despertou
Sete vidas tem o gato, trinta gatas não amou
Daqui a trinta minutos, mais um dia pro mês sete
Trinta infernos separando do sétimo plano celeste

Sete notas musicais, mais as letras do alfabeto
Trinta sons que não traduzem todo amor e afeto
Sete anos pro menino, trinta pro pai inquieto

Dentro de trinta minutos será trinta e um outra vez
Em sete dias será mês oito, e o gosto de agosto se fez
Há trinta anos, mês sete, acho que julho de oitenta e três

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mundo Meu

E o mundo finalmente atingiu o meu tamanho
Todas as fronteiras do universo estavam ao alcance dos meus olhos
Nenhuma porta que pudesse ser aberta ou fechada
Só havia o presente
Momento em que a vontade de se derramar em palavras foi maior que o gosto do silêncio
Sem nenhuma espera, anseio ou pretensão
Hoje apenas...

Sem continuar parodiando meu “Mundo Maior” de um ano atrás, e nem meu “Mundo Menor”, da estreia do blog ha exatos dois anos, quero deixar os dois como expressões que emanam de um mesmo universo...
Expressões que se juntam às outras 100 publicações de um “Mundo Meu”!
Foram 6300 visitas ao blog nos últimos dois anos, uma inesperada média de mais de 250 passantes por mês aqui no quintal virtual do meu mundo...

Mas pelo meu mundo passam várias pessoas que deixaram pedacinhos de si no meu universo... Alguns foram decisivos pra eu criar o blog há dois anos. É o caso do Gabriel, um grande amigo, que me contou sobre o sentido original da tragédia para os gregos, muito além do senso comum do “desastre” que os jornalistas largamente utilizam contemporaneamente e muito mais próximo do espírito da música...
Sobre a decisão de criar o blog, cito também a Andrea, que emprestou o computador pra Cithia nos ensinar a usar o blogger... Depois as duas (através de seus blogs) viraram interlocutoras dos textos daqui, e assim, nossa poesia se retroalimentava...
Foi legal quando uma desconhecida do Rio de Janeiro elogiou nos comentários um dos meus textos mais pesados: ”Dor, Tumor e Pausa”. Foi legal também quando o Carlos Maltz, baterista e co-fundador dos Engenheiros do Hawaii, pelo twitter apelidou-nos (ao ler alguns de nossos textos) de “Clã Pierrot”.
Mas várias vezes, gostávamos mais do Arlequim que do Pierrot...
Nem maior, nem menor... Nem Pierrot, nem Arlequim... Apenas Curinga!
Meu mundo aqui traz a marca de cada um que passou em silêncio, os que comentaram (publicamente ou inbox), os que inspiraram, emprestaram sorrisos, dores, tombos e as inúmeras sensações descritas aqui...
Curiosamente os textos que escrevi quando faltou inspiração pra poesia (Conceitos de Segunda), foram os de maior movimento por aqui...
Entre prosa, poesia e melodia, gosto muito de alguns que pouquíssima gente leu, e tem outros, mais populares, que dispenso...
Até quis apagar alguns deles, mas achei melhor mantê-los...

“Eu perdi as chaves,
mas que cabeça a minha!
Agora vai ter que ser
para toda a vida...”
(Humberto Gessinger)

Tudo ao sabor do Amor Fati... E como ouvi várias vezes o Gabriel dizendo: “Nem otimista, nem pessimista – Trágico...”
Desejo a todos os que estão passando os olhos por aqui, um feliz dia mundial do rock, que é comemorado amanhã...
Depois de tragicamente falar, nada como guitarras distorcidas, linhas de baixo e batera juntos em um som que no meu mundo remete ao sagrado...
Enquanto existir o “Trágica Mente Falando”, sempre vou celebrar aqui o aniversário do blog na véspera do dia do rock!

Pra fechar, vou citar um poeta que conhecia muito bem os limites do seu próprio mundo:

“Da minha aldeia vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...”

(Alberto Caeiro)


terça-feira, 9 de julho de 2013

Inverno Ensolarado [2013]*

Eu saí para ver o céu azul
Vi as nuvens passando sobre mim
E senti o sol me abraçar, Com seu calor,
depois de uma noite de frio.

Um sorriso no rosto e um violão
Um sorriso escondido na canção, 
que fiz pra mim
Pensando em você

E eu deitado embaixo do céu azul
E o sol me abraçando sem parar
E o vento gelado, enciumado,
Tenta apagar as cores da canção...

Mas nem a tempestade e um furacão,
Esse vento gelado e a solidão
Vão apagar o que eu escrevi pra você

Pensando em mim...

*Já postei esta música no dia 22/09/2011 com a versão da minha antiga banda "Os Bethulhas"! O blog completará dois anos em 3 dias, e foi legal tocar esta música com o ukulele num dia parecido com aquele em que compus a música há 9 anos.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Talvez

Talvez o talvez nos atrapalhe
Vamos tentar não falar, “talvez”
Talvez você não entenda o que eu quero dizer
Talvez você nem saiba que este é você

Vamos tentar?
Vamos tentar!
Vamos tentar?
...tal vez...
...talvez...

Talvez não consigamos fugir do talvez
Talvez a gente tenha até tentado
Talvez você nunca pudesse saber da tal vez
Talvez se você não fosse daqui,
A gente não se encontraria,
Eu ficaria privado... de um outro talvez...

Talvez isso tudo agora faça sentido
Que permite que a gente entenda ...talvez...
A canção que nasce com o sol,
que acaba com o luar,
que a noite inteira iluminou,

...tal vez...
...talvez...

Vamos tentar...