segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Camarada Jocker

Sabe o Mário?

...

Aquele que é curinga de um baralho

Poeta de um universo Imaginário.

Seus grilos, o barulho e seu contrário...

“Sonhar é acordar-se pra dentro”, nos diz o Quintana... Mas quantos estão preparados pra despertar dentro de si mesmo? Quantos tem dentro de si um local onde se possa acordar? Num mundo que se constrói com conceitos e palavras, algumas poucas palavras podem salvar, ou acabar com uma vida... “Só o curinga não se deixa iludir...” (J. Gaarder)

Meu irmão Jocker, tão sem naipe como eu... Tão observador e caótico como eu... Tão curinga como eu. Por várias vezes tua poesia me salvou esse ano... Seu fascínio trágico pela lua e seus mistérios, pelo sorriso gratuito, natural e belo que se desenhou na retina, transformando-se em belas palavras... Seu olhar inebriado pelo pôr-do-sol, me contagiaram. Me vi de repente no meio do ato do deus dançarino...

É bom te ter de volta poeta... Foi bom trocar ritmos contigo! Sua dança de palavras me salvou de um afogamento... Eu que já tinha me colocado a parte do baralho, voltei com meus guizos para o jogo caótico... Dessa vez mais leve. Dessa vez sem ser Pierrot, nem Arlequim... Apenas Curinga!

Camarada Jocker, fique curinga de manhã, de madrugada. Fique toda hora que for, e não for...

“Quem faz um poema abre uma janela
Respira, tu que está numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.”

(Mário Quintana)


Um comentário:

  1. Um olhar que tarda, mas não falha,
    um ler e respirar outrora contidos,
    um medo que atrapalha...
    mas não silencia os nossos guizos!

    O curinga perambula pelo mundo
    e observa, da lua, um mundo imaginário -
    tão igual ao comum, tão ordinário,
    que pela lente do binóculo
    vira caleidoscópio...

    tecendo rimas pelas redes,
    atravessando paredes,
    salvando e condenando
    com sorrisos e dores,

    e deparando-se com o espelho
    da alma e do avesso,
    do simples poetizar
    no mais alto
    e absurdo silêncio...

    mas sem, jamais,
    calar ou
    deixar de rimar.

    E, apesar de ausente,
    sem deixar de estar.

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