E
o mundo finalmente atingiu o meu tamanho
Todas
as fronteiras do universo estavam ao alcance dos meus olhos
Nenhuma
porta que pudesse ser aberta ou fechada
Só
havia o presente
Momento
em que a vontade de se derramar em palavras foi maior que o gosto do silêncio
Sem
nenhuma espera, anseio ou pretensão
Hoje
apenas...
Sem
continuar parodiando meu “Mundo Maior” de um ano atrás, e nem meu “Mundo Menor”,
da estreia do blog ha exatos dois anos, quero deixar os dois como expressões que
emanam de um mesmo universo...
Expressões
que se juntam às outras 100 publicações de um “Mundo Meu”!
Foram
6300 visitas ao blog nos últimos dois anos, uma inesperada média de mais de 250
passantes por mês aqui no quintal virtual do meu mundo...
Mas
pelo meu mundo passam várias pessoas que deixaram pedacinhos de si no meu
universo... Alguns foram decisivos pra eu criar o blog há dois anos. É o caso
do Gabriel, um grande amigo, que me contou sobre o sentido original da tragédia
para os gregos, muito além do senso comum do “desastre” que os jornalistas
largamente utilizam contemporaneamente e muito mais próximo do espírito da
música...
Sobre
a decisão de criar o blog, cito também a Andrea, que emprestou o computador pra
Cithia nos ensinar a usar o blogger... Depois as duas (através de seus blogs)
viraram interlocutoras dos textos daqui, e assim, nossa poesia se
retroalimentava...
Foi
legal quando uma desconhecida do Rio de Janeiro elogiou nos comentários um dos
meus textos mais pesados: ”Dor, Tumor e Pausa”. Foi legal também quando o
Carlos Maltz, baterista e co-fundador dos Engenheiros do Hawaii, pelo twitter apelidou-nos
(ao ler alguns de nossos textos) de “Clã Pierrot”.
Mas
várias vezes, gostávamos mais do Arlequim que do Pierrot...
Nem
maior, nem menor... Nem Pierrot, nem Arlequim... Apenas Curinga!
Meu
mundo aqui traz a marca de cada um que passou em silêncio, os que comentaram
(publicamente ou inbox), os que inspiraram, emprestaram sorrisos, dores, tombos
e as inúmeras sensações descritas aqui...
Curiosamente
os textos que escrevi quando faltou inspiração pra poesia (Conceitos de Segunda),
foram os de maior movimento por aqui...
Entre
prosa, poesia e melodia, gosto muito de alguns que pouquíssima gente leu, e tem
outros, mais populares, que dispenso...
Até
quis apagar alguns deles, mas achei melhor mantê-los...
“Eu perdi as chaves,
mas que cabeça a minha!
Agora vai ter que ser
para toda a vida...”
(Humberto Gessinger)
Tudo
ao sabor do Amor Fati... E como ouvi várias vezes o Gabriel dizendo: “Nem
otimista, nem pessimista – Trágico...”
Desejo
a todos os que estão passando os olhos por aqui, um feliz dia mundial do rock,
que é comemorado amanhã...
Depois
de tragicamente falar, nada como guitarras distorcidas, linhas de baixo e
batera juntos em um som que no meu mundo remete ao sagrado...
Enquanto
existir o “Trágica Mente Falando”, sempre vou celebrar aqui o aniversário do
blog na véspera do dia do rock!
Pra
fechar, vou citar um poeta que conhecia muito bem os limites do seu próprio
mundo:
“Da minha aldeia vejo
quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é
grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho
do que vejo
E não do tamanho da minha
altura...”
(Alberto Caeiro)