sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mundo Meu

E o mundo finalmente atingiu o meu tamanho
Todas as fronteiras do universo estavam ao alcance dos meus olhos
Nenhuma porta que pudesse ser aberta ou fechada
Só havia o presente
Momento em que a vontade de se derramar em palavras foi maior que o gosto do silêncio
Sem nenhuma espera, anseio ou pretensão
Hoje apenas...

Sem continuar parodiando meu “Mundo Maior” de um ano atrás, e nem meu “Mundo Menor”, da estreia do blog ha exatos dois anos, quero deixar os dois como expressões que emanam de um mesmo universo...
Expressões que se juntam às outras 100 publicações de um “Mundo Meu”!
Foram 6300 visitas ao blog nos últimos dois anos, uma inesperada média de mais de 250 passantes por mês aqui no quintal virtual do meu mundo...

Mas pelo meu mundo passam várias pessoas que deixaram pedacinhos de si no meu universo... Alguns foram decisivos pra eu criar o blog há dois anos. É o caso do Gabriel, um grande amigo, que me contou sobre o sentido original da tragédia para os gregos, muito além do senso comum do “desastre” que os jornalistas largamente utilizam contemporaneamente e muito mais próximo do espírito da música...
Sobre a decisão de criar o blog, cito também a Andrea, que emprestou o computador pra Cithia nos ensinar a usar o blogger... Depois as duas (através de seus blogs) viraram interlocutoras dos textos daqui, e assim, nossa poesia se retroalimentava...
Foi legal quando uma desconhecida do Rio de Janeiro elogiou nos comentários um dos meus textos mais pesados: ”Dor, Tumor e Pausa”. Foi legal também quando o Carlos Maltz, baterista e co-fundador dos Engenheiros do Hawaii, pelo twitter apelidou-nos (ao ler alguns de nossos textos) de “Clã Pierrot”.
Mas várias vezes, gostávamos mais do Arlequim que do Pierrot...
Nem maior, nem menor... Nem Pierrot, nem Arlequim... Apenas Curinga!
Meu mundo aqui traz a marca de cada um que passou em silêncio, os que comentaram (publicamente ou inbox), os que inspiraram, emprestaram sorrisos, dores, tombos e as inúmeras sensações descritas aqui...
Curiosamente os textos que escrevi quando faltou inspiração pra poesia (Conceitos de Segunda), foram os de maior movimento por aqui...
Entre prosa, poesia e melodia, gosto muito de alguns que pouquíssima gente leu, e tem outros, mais populares, que dispenso...
Até quis apagar alguns deles, mas achei melhor mantê-los...

“Eu perdi as chaves,
mas que cabeça a minha!
Agora vai ter que ser
para toda a vida...”
(Humberto Gessinger)

Tudo ao sabor do Amor Fati... E como ouvi várias vezes o Gabriel dizendo: “Nem otimista, nem pessimista – Trágico...”
Desejo a todos os que estão passando os olhos por aqui, um feliz dia mundial do rock, que é comemorado amanhã...
Depois de tragicamente falar, nada como guitarras distorcidas, linhas de baixo e batera juntos em um som que no meu mundo remete ao sagrado...
Enquanto existir o “Trágica Mente Falando”, sempre vou celebrar aqui o aniversário do blog na véspera do dia do rock!

Pra fechar, vou citar um poeta que conhecia muito bem os limites do seu próprio mundo:

“Da minha aldeia vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...”

(Alberto Caeiro)


3 comentários:

  1. criador é o que te tornaste
    o blog é um testemunho disto
    parabéns! meu amigo.

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  2. Grande Curinga, fico feliz de ser parte desta história e, queira o tempo, dos dias que virão. A poesia prevalece! Tim.

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  3. Aproveitando, uma canção que parece celebrar esta história:

    http://www.youtube.com/watch?v=b7trTl1ScsU

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