segunda-feira, 27 de abril de 2015

Inútil Compaixão

Queria escrever o mais belo poema do mundo
Sem rima nenhuma, deixar meu recado
Queria saber que, só de te saber assim,
só de escrever... te salvei do afogamento!
Mas embora saiba da água que te oprime,
da correnteza implacável que poderá aproximar
ou afastar a maré da altura de tuas narinas...
Meu deus, que aflição!
De mãos atadas pela distância, escrevo.
De mãos livres, aqui, escrevo 
um conforto, um apoio, uma oração...
Mas não entendo de oração, gramática, compaixão...
Nas rimas que perdi outrora
No verso que retorna agora
Me coloco ao seu lado,
distante, a esperar
[Esperar com quem 
sempre espera comigo]
Esperar é o que posso
até tudo passar...

"...seu corpo exige atenção
E nessas horas nada mais importa.
Nem oração, nem poemas
Nem música, nem televisão..."
(Leoni)



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