Iniciei o dia de
sol, depois da insônia de uma noite chuvosa e fria
Tentando eliminar
o mal estar de um corpo ainda anestesiado pelo sono
A imagem do céu
azul e o calor do sol na minha pele me conferiram ânimo
Quisera eu voar,
mas troquei as asas por tênis nos pés, contentei-me em correr
Tratei de me impor
um ritmo que me levasse, desta vez, a endorfina
Vento leve e úmido
deslizava pelo meu corpo que se movimentava rapidamente
Zombeteira calçada
subiu do chão e me derrubou na lama herdada da chuva
Junto ao chão
minhas mãos, não sem dor, protegeram o rosto, não o joelho
Habilmente me
levantei, disfarcei a dor, e continuei a correr
Momentaneamente
amaldiçoei o tombo, mas me arrependi depois
Compreendi que
meus tombos vinham acompanhados de momentos mágicos
Zombeteira água,
no piso, à tarde, meu filhote, caiu também um tombaço...
Sempre caí por aí,
enquanto corria sem medo, enquanto era criança...
Dias em que
bastavam pequenos, porém intensos, detalhes pra sentir alegria
Zombeteiros tombos
me fizeram lembrar que o “bem-estar” é um vício
Lamentei não ter
tido por mais vezes, tombos e pele ralada nos últimos anos
Não quero mais me
esquecer de andar, correr, subir... Assim se aprende a voar
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"Compreendi que meus tombos vinham acompanhados de momentos mágicos..."
ResponderExcluirA gente 'desaprende' a cair e rir do tombo; a correr o mais rápido que pode, sem se preocupar em cair, só pra sentir o vento leve no rosto; gente esquece como é bom o vento de cima da pedra mais alta...e deixamos de viver.
Belo texto!