segunda-feira, 5 de março de 2012

Conceitos de Segunda #05

“Pela janela vejo fumaça, vejo pessoas. Na rua os carros, no céu o sol e a chuva. O telefone tocou, Na mente fantasia... Você me ligou naquela tarde vazia e me valeu o dia... Na mente fantasia... Cantando a melodia...”

. .Na repetição dessas 26 palavras (fora os artigos), dentro de uma bela melodia, temos um dos maiores clássicos do Ira (lendária e extinta banda do rock nacional). Quantas palavras, ou notas são necessárias pra transmitir uma ideia, ou dar vida a um poema?

. .Lembro-me que quando fazia cursinho pré-vestibular, a professora Eliane, de redação, pegava no meu pé pra que eu conseguisse expor todos os meus argumentos nas 25 linhas limites para o texto, de acordo com as normas do vestibular da UEL na época. Era estranho ver que a maioria, não se preocupava com o limite de 25, mas com o mínimo de 23. Com muito custo consegui, e fiz uma redação no vestibular com nota 92 (valor percentual da nota). Claro que eu já previa o sucesso na redação. Digamos que as palavras nunca me foram problema, a não ser no quesito caligrafia.

Lembro (mais no fundo do baú da memória) que minha mãe esperou eu completar 6 anos em dezembro e foi na escola em Janeiro pra me matricular no “Pré”. Lá disseram pra ela, que eu deveria ser matriculado no primeiro ano, pois faria 7 anos naquele ano (mesmo sendo 11 meses depois). Entre tantas dificuldades em pertencer a uma turma onde todos já eram alfabetizados, menos eu, consegui antes das férias de inverno vencer um concurso de redação promovido pela Tia Mônica, minha alfabetizadora. Nunca mais tive notícias dela, e talvez ela nunca saberá que as palavras dela, depois de me anunciar como o dono da melhor redação da turminha, ficaram fixadas em minha memória: “Você é muito criativo, e escreve muito bem... Quero muito falar com seus pais sobre isso... escreva mais coisas pra tia ler...”.

Pouco tempo depois disso, fui de mudança com minha família pra Porto Alegre, e fui transferido pra escola de lá. Era período de férias. Nem pude começar a estudar, pois as vésperas do início das aulas, um desentendimento marcou a separação dos meus pais, e minha mãe nos trouxe (eu e meu irmão) de volta pra Londrina. Naquele ano, não estudei mais... Fui pra outra escola e não soube mais da Tia Mônica.

Sinceramente, acho que minha professora primária foi tão convincente, ao elogiar meu talento com as palavras, que acabei acreditando nisso. Assim, fazer uma graduação em História, onde quase todas as avaliações eram escritas, me garantiu certa vantagem. Até mesmo quando eu não tinha feito uma boa leitura dos textos, conseguia escrever um bom texto que desmentia a pouca atenção aquele assunto.

Não vou me alongar hoje. Falei a alguns amigos que me frustrava por não conseguir ser mais objetivo ao escrever conceitos... O Mateus me confessou uma frustração na contramão desta no seu “Opinião de Quinta”. Teve uma pessoa que dormiu lendo meu ultimo conceito de segunda, sem chegar ao final... hahahahaha!

Fica aqui minha homenagem a Tia Mônica, onde quer que ela esteja. Deixo minha admiração a textos mais curtos e objetivos. Sem desmerecer os textos longos... Também eu já escrevi uma canção “curta”...

Por hoje chega de conceitos, vou tentar escrever uma letra destinada a virar canção, fruto de uma velha/nova parceria... Claro que a música é prioridade numa Trágica Mente! Depois vem a poesia (carente de melodias). Por ultimo o conceito (carente de quase tudo). Mesmo assim, gosto dos conceitos: Refletem certos estados desérticos de nossas vidas, e podem servir de base pra magníficos poemas, e sublimes canções...

Antes de me despedir, deixo abaixo o mais curto poema gravado pelo Teatro Mágico. Em minha opinião o melhor... Não por ser o mais curto... Mas entre outros que acho incríveis, e alguns que não me agradaram tanto, este foi o que mais me encantou!

Um salve aos passantes, e aos que perdem minutos semanais por aqui! O blog anda movimentado! Fiquem a vontade pra ficar, comentar, passar... Valeu pela atenção!!!

“...o poeta riu de todos, e por alguns minutos, foi feliz.”


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