Eu vim de lá do sertão
Cantava o trabaio de enchada
Casei-me com meu amor
Que logo ficou embuchada
Nosso bacuri se espichô
E foi morar lá na cidade
Agora ele diz que é cantô
De sertanejo universotário
...
Tem festa na cidade pra pegar a mulherada
Meu botinão de couro só pisa em terra calçada
Não volto pro sertão, pois o sertão não vale nada
Hoje em dia o milho nasce nas conserva enlatada
De chapelão à noite vou entrando na balada
Bonito eu não sou mas as pirigas tão chapada
Tcherê cherê / tchu tcha / LêlêLê / Parapapá
No meu carro importado eu vou beber e vou pegar
— Ih rapaz, mó velho caipira entrando na balada. Olha lá o
comédia...
— Ih sujô! Me esconde! Aquele ali é meu pai...
Fio vorta já pra casa
Ocê me invergonhô, tua mãe tá chateada
Ocê diz que ia ser dotor
Diz que é universotário mas só vive na balada
Ocê num intendi di amor:
Só diz que tá sortero e tá “pegando” as mar amada
Ocê num entende do sertão
Só fala de carrão mas de trator num sabe nada
Agora ocê já confesso
Sem carrão e sem cachaçaaaaaa...
Ocê não vale mais nada!
Ocê não vale mais nada!
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