Tenho
uma estrela!
Todos
os dias gosto de abrir a porta e encara-la de frente. Mas tem que ser assim, no
momento em que ela acorda.
É
o suficiente.
Depois
disso o brilho dela é tão intenso, que continuo em contato com ela, mas aí é
por tato, paladar, olfato, audição...
Quem
nunca ouviu o vento solar?
Quem
nunca provou o sabor de sol em uma maçã cultivava e amadurecida por ele?
Quem
nunca respirou do ar que se mantém gasoso por conta da energia que vem dele?
Tem
cheiro de sol o ar.
Tem
gosto de sol a água...
Mas
esta é a minha estrela.
Ela
garante a vida na minha Terra.
É
verdade que inventaram papéis e cercas pra que as terras pareçam ser de alguns
poucos bichos semelhantes à nós.
Mas
pergunte às formigas, aos ratos, aos mosquitos se eles notam as fronteiras de
propriedade.
Questione
os pássaros que migram se notam as fronteiras nacionais.
Você
não vai entendê-los - pois sua linguagem é de escravidão. Você é tão gado
quanto bois, ovelhas, cavalos...
Crê
em fronteiras abstratas e bandeiras que te definam pelas cores de uma nobreza
que nunca sentiste...
E
eu?
Eu
não - eu tenho uma estrela - e isso me basta.
Sua
convicção de gado quererá me colocar em um desafio simples:
"Se
és tão poderoso, vai lá naquele campo verde que está além daqueles seguranças
armados".
Sabendo
que tu és apenas gado, nem te vou ouvir - o som do vento é bem mais
interessante.
Se
porventura insistires em seus mitos e se aproximar aos berros dizendo que eu
deva ir neste ou naquele lugar, ou ter esta ou aquela invenção humana pra ser
feliz...
Com
muita calma te farei apenas um pedido - que saia da frente do meu sol!
*
Inspirado em anedota do filósofo grego Diógenes de Sinope e publicado originalmente
no Facebook em 22/04/2016.
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