segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Conceitos de Segunda #02

É sempre uma tarefa difícil escolher um nome pra uma banda. Claro que não é mais difícil do que ter as peças necessárias pra existência da mesma. Vários sentidos precisam caminhar na mesma direção em pessoas diferentes, que necessariamente tocam instrumentos diversos, ou de maneira diversa.

Em se tratando de uma banda de Rock, a coisa fica mais complexa, pois não estamos pisando no território de um simples ritmo musical. O Rock postula pra si toda uma filosofia, um modo de vida.

Assim, com pessoas surfando na mesma onda, surgiu em 2005 “Os Bethulhas”, composta pelos filhos dos lendários batata (eu e meu irmão) e Dauri (Mateus Amanai) da Vila Fraternidade. Nosso objetivo era um só: Tocar.

Assim fomos ao boteco mais próximo de casa, que carinhosamente chamávamos de “Pinga Sangue” e pedimos pra tocar ali em uma noite. Assim se fez. Com uma mesa de som pré-histórica e pesadíssima, liguei meu baixo. O Violão do Mateus foi ligado nas também pesadas e antigas caixas Atack, junto com as vozes. A bateria era acústica e se sobressaia em relação aos outros instrumentos, mesmo sem microfones.

Lá pela quinta música, a mesa que vinha se movendo a cada nota do baixo, sem que percebêssemos, caiu em cima do meu único equipamento novo - um cabo P10, cortando-o. Convidamos o Juliano Casonatto, que assistia a apresentação pra tocar umas musicas no violão, enquanto eu tentava religar o baixo. Ele foi à frente, pra não sair mais dOs Bethulhas.

O auge dOs Bethulhas se deu na apresentação para a retransmissora local do SBT em 2006, quando estávamos todos dispostos e animados com nosso som. Na mesma semana em que o nossa apresentação foi ao ar, nasceu meu filho Luiz Miguel, talvez o único fã (mesmo póstumo) daquela banda. As imagens da TV ficaram registradas num DVD que o Luiz Miguel curte como se fosse de uma das maiores bandas de todos os tempos, na cabeça dele ao lado dOs Beatles e do Teatro Mágico. Ontem ele me disse que quando crescer, terá uma banda que se chamara “T Beatulhas” em homenagem as três bandas de sua preferência.

Nós que formávamos Os Bethulhas, continuamos nos encontrando por aí, onde houvesse qualquer pretexto pra tirar os instrumentos dos “bags”. Quis o destino, ou quisemos nós, ou uma junção de ambos (prefiro este ultimo), que voltássemos a nos enxergar como uma banda. Continuação dos Bethulhas? Fogo de palha? Novo projeto destinado a perdurar e ser bem sucedido? Mais um projeto pra ter um só fã? Só o tempo dirá...

Mas dentre essas perguntas, ao menos uma coisa é certa: Nosso pequeno fã, continua fiel. Independente do nome da banda. Aliás, nome de banda não é lá muito importante no Rock nacional (Vide: Biquini Cavadão, Kid Abelha, Engeheiros do Hawaii...). Por isso, quando os outros me pediram sugestão para o nome da banda, soltei a palavra composta que nomina um órgão vital para o ser humano e que não me sai da cabeça: “Medula Óssea”. Pra minha surpresa, os outros gostaram, e assim se fez... No dia 08/02/2012 nascia nosso novo projeto musical...

Eu poderia criar uma justificativa rebuscada, que diz que a banda quer trazer sangue novo para o Rock/Música Londrinense, ou que queremos fazer um som que invada o ouvinte de epiderme à medula óssea. Faria sentido. Mas a verdade é que sou um pai (músico), que tem um filho (fã) que precisa de um transplante de Medula Óssea pra ser curado de uma grave Anemia Aplastica, e assim ter a oportunidade de crescer pra tocar com sua TBeatulhas. Não sei se o doador compatível será encontrado. Mas sei que a nossa “Medula Óssea Rock” é totalmente compatível com o sorriso e a alegria do nosso pequeno grande admirador...

“Mas nada me impede de pensar, que um dia o tempo até possa voltar. Pra trazer de novo, tudo de novo. Os passos que tracei quando saí, com o tempo me trouxeram até aqui...” (Duca Leindecker – Cidadão Quem)

Salve todos os projetos, acabados ou em andamento, que me moveram até essa insaciável sede musical. Salve nossos solos, duos, trios e trupes! Salve Decreto Lei, Atos, Atitude, Os Bethulhas, Início do Fim, Consoante, TV Anonyma, Curinga eu, Banda Anonyma, Trupe Rock 60 (TR60), Passageiros do Tempo, Clã Pierrot, Tragicamente Falando, Estação Raul, Libertos e Ocultos, Os Obisos... Salve todos os meus amigos artistas, que comigo transformaram os frios e desérticos abismos da existência em beleza, alegria e riso... Salve o bom e velho Rock n’ Roll! Salve Medula Óssea!!!

A primeira gravação já conquistou e empolgou nosso pequeno fã:


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