sábado, 10 de novembro de 2012

Verão Verão?!

Silenciar nem sempre é atributo de mentes vazias
No silêncio do poeta se guardou palavras do dia-a-dia
Dias que não trouxeram nada de belo pra ser congelado
Às vezes no silêncio há espera pelo inacabado

Por mais que o poeta se cale, seus fantasmas berram
E assim evitando o verso triste as palavras esperam
Quantas rimas ocultas na mente que mente sua dor?
Quantos espinhos guardados num verso solto de amor?

O amor, a cor, a dor e o anuncio primo de que logo é verão
E o fim do mundo escrito grita e dita o que os olhos verão
Verão verão os olhos?
Verão verão os vivos!

Quem sobreviver ao fim do mundo verá
Assim que chegar ao fim toda primavera
Que deveras viram os vivos a vida em Vera

Ah, linda prima-vera que esconde em si o verão
Outono e inverno o mantém dentro do coração
A chama que chama a poesia não se apaga não...

“E no meio de um inverno eu finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível.” Albert Camus

P.S. Poema em resposta ao 4'33" da minha querida amiga Tim Gonçales, que, atendendo a um pedido meu, salvou um afogado...
P.P.S. Nossa discussão em torno do silêncio poético foi inspirada pelo texto "
Af(*)rça d(*) silênci(*) - 72" de Humberto Gessinger.

Um comentário:

  1. Tá lá: http://poetiproseando.blogspot.com.br/2012/11/cronicas-de-um-domingo-so-3-do-silencio.html

    =)

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